Isabel dos Santos e marido são investigados nos EUA

Isabel dos Santos e o seu marido, Sindika Dokolo, estão entre os clientes confidenciais de bancos comunicados às autoridades norte-americanas, em dois relatórios distintos, por actividades suspeitas em 2013.

Mandatory Credit: Photo by Paulo Duarte/AP/Shutterstock (10519323f) In this March 5, 2015 photo, Isabel dos Santos, reputedly Africa’s richest woman, looks at her husband and art collector Sindika Dokolo during the opening of an art exhibition featuring works from his collection in Porto, Portugal. On, Angolan Foreign Minister Manuel Augusto said that there is no political motivation behind the government’s demand for more than $1 billion from dos Santos, her husband and a Portuguese business partner. Isabel dos Santos is a daughter of Jose Eduardo dos Santos, who ruled the oil- and diamond-rich nation for 38 years until 2017 Angola, Porto, Portugal – 05 Mar 2015

Segundo foi revelado numa nova investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas, do qual o Expresso faz parte e segundo relatado ontem pelo Observador, esta investigação teve origem nu-ma fuga de informação que envolve mais de 2.000 relatórios bancários, obtidos pelo BuzzFeed News, que evidenciam como alguns dos maiores bancos do mundo foram usados por organizações criminosas, entre eles o JP Morgan, o HSBC e o Deutsche Bank.

Esses documentos, que mais não são do que os relatórios sobre actividades suspeitas foram enviados entre 1999 e 2017 por vários bancos à FinCEN (Financial Crimes Enforcement Network), agência federal que faz parte do Departamento do Tesouro norte-americano.  Os documentos revelam detalhes que dizem respeito a transferências bancárias no valor de mais de 2 biliões de dólares.

Considerando o valor em causa, 1,3 biliões dizem respeito a movimentos associados ao braço americano do Deutsche Bank e cerca de 514 mil milhões ao JP Morgan. No conjunto desses documentos, Isabel dos Santos é alvo de dois relatórios sobre actividades suspeitas, ambos datados de 2013.

O primeiro foi enviado à FinCEN por uma funcionária do departamento de compliance do JP Morgan Chase Bank, nos EUA, sendo que o documento mostra como aquela instituição actuou enquanto banco correspondente em transferências associadas à família de Isabel dos Santos e ao Estado angolano, apesar de esta não ser sua cliente.

Neste seu trabalho, o Ex-presso destaca uma transferência em particular no valor de 4 milhões de dólares feita pelo marido Sindika Dokolo — na sequência do Luanda Leaks foi possível determinar que o dinheiro se relaciona com o financiamento com dinheiros públicos da empresa pública de diamantes, Sodiam, para a compra da joalharia De Grisogono, que abriu falência no início deste ano.

Transferências suspeitas 

O segundo relatório, também de 2013, foi enviado pelo Standard Chartered em Nova Iorque à FinCEN. O relatório não menciona directamente Isabel dos Santos, mas antes uma transferência de 18,7 milhões de dólares, datada de Outubro de 2006, entre a Unitel e uma conta do BPI em Lisboa, em nome de uma empresa chamada Vidatel Limited.

Dos mais de 2.000 relatórios que fazem parte desta fuga de informação, o Expresso diz ter identificado dois documentos que referem transferências cuja origem ou destino remete para contas bancárias em Portugal — um deles inclui 56 milhões de dólares associados a duas transferências saídas de uma conta do BES no offshore da Madeira (as suspeitas estão relacionadas com um grupo bancário venezuelano).

O jornal destaca ainda 44 milhões de dólares em transações realizadas entre 2014 e 2017 que envolveram instituições nacionais que funcionaram apenas como correspondentes de bancos estrangeiros.

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